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Groove report: O Festival Med 2012 (+videos)

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O Festival realizado em 29 e 30 de junho, que esta nona edição ficou reduzida a metade, que em tempos de crise económica, como é hábito a cultura, é a acção politica mais fácil contrair.

A diversidade cultural, o ambiente e as pessoas esgotaram a lotação limitada do circuito da zona histórica urbana de Loulé (Algarve), onde se podiam apreciar petiscos, copos, artesanato, artes e animação, e o mais importante, a chamada música do mundo (World Music) com 3 palcos principais, este ano com uma programação, menos variada e acima de tudo muito limitada.

As noites foram frescas, marcadas pela nortada, mas não arrefeceram os africanos que se mostraram no primeiro dia, com destaque para a energética e festiva prestação do grupo Smod, lançados pela mão de Mano Chao, originários de um dos países mais pobres de África, o Mali, lançaram algumas “flechas” pela libertação da miséria a que estão condenados na sua terra.

Na sexta feira passaram ainda pelos palcos, onde assistimos a uma parte da prestação de Norberto Lobo, na intimidade das suas canções no palco do castelo, seguimos o percurso sinuoso das ruas medievais até ao à Cerca do Convento, onde se pôde ver o mais poderoso concerto do festival, com sonoridades psicadélicas do rock em que a bateria e a electrónica vintage, foram os elementos em que o grupo portuga Paus bateu (mesmo) com força.

Nota negativa para o som nessa noite na Cerca, o que prejudicaria, a anunciada estreia mundial, do projecto Curva da Cintura, que com um início soberbo, caiu a pique durante o decorrer do concerto, em que a fusão entre sons do Brasil e da cora do Mali, conseguida por estes experientes músicos não me pareceu feliz.

No palco da Matriz a aparição do senegalês Cheikh Lô, com uma banda experimentada nos palcos do mundo, deambulou entre sons jazzy e tradicionais, com pinceladas agradáveis de musica latina.

No sábado também com a lotação esgotada, foi com origem no Mali os momentos mais quentes, numa noite anormalmente fresca nesta época no Algarve, Boubacar Traoré levou-nos ao transe por uma viagem pelas terras áridas do deserto, com o apelidado blues africano, acompanhado pelo fantástico musico francês Vincent Bucher nas harmónicas e ainda com o competente Demba Camara na percussão.

Por entre as antigas ruas apinhadas de visitantes, destacam-se as pinturas criadas por diversos artistas que colaboraram nesta edição, a chamada “street art” que mostraram algumas ideias interessantes da sua visão do mundo, com o objectivo de cobrir e colorir algumas portas e janelas de casas abandonadas.

A noite que acabou em festa com o DJ Sany Pitbull, um verdadeiro tocador de sons e “botões”, sucesso garantido para a juventude festivaleira, que se pode dizer é bom e barato. Na Matriz passaram igualmente os sons da Jamaica, pelo palco e em jeito de comemoração dos 50 anos daquele país, o quarteto Jamaican Legends, um grupo de músicos brilhantes, com o conhecido balanço das caraíbas, marcados pela secção rítmica mais famosa do mundo pop, Sly & Robbie tiveram uma prestação agradável, mas sem o brilhantismo de outros tempos.

Passou com nota positiva o Festival Med 2012, com algumas boas vibrações, em que o público marcou a sua presença habitual, naquele foi provavelmente o mais “racionado” em nove anos. Exige-se que volte em 2013 com uma renovada vontade de garantir qualidade e a continuidade que nos tem habituado este “oásis” de diversidade cultural e artística, na região algarvia.

PSergio

Groove Radio PT


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